Pesquisar este blog

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Ou você acha que pobre compra políticos?

Tenho lido os indignados descobridores da pólvora dizer que a Odebrecht mandava no Brasil. Será que ficarão mais indignados quando descobrirem que não é só a Odebrecht, mas o grande capital que controla o Estado brasileiro há muito?

O nome do troço é capitalismo por isso. Sabia não? Veja só que legal: capital ... ismo

E agora, por exemplo, com a PEC da morte, que impede os gastos sociais, a intervenção do capital é direta sobre o Estado: a prioridade de gastos por 20 anos é com o pagamento de juros, ou seja, com a remuneração do capital. Não é sem motivo que um banqueiro está no Ministério da Fazenda.

Simples. Não precisa nem desenhar.

O que havia de diferente nos governos dos últimos 13 anos não era a corrupção, essa era igual e sempre atendeu a todos, sem se preocupar com as cores partidárias.

A corrupção é também uma forma de controle do capital sobre o poder do Estado e o poder político.

Ou você acha que pobre compra "político"?

E, olha, vou contar outra novidade para você: não é só no Executivo e no Legislativo (murmurando: o Executivo e o Legislativo são só parte do poder do Estado)

A diferença, nos governos "perversos" dos últimos 13 anos, é que uma pequena parte do poder do Estado estava sendo usada para combater os maiores problemas do Brasil: concentração de renda e uma das maiores desigualdades sociais do mundo.

Essa era a diferença!!!!

A corrupção existia e vai continuar a existir, porque corrupção não se combate com lei penal. Como disse o jurista argentino, Eugenio Raúl Zaffaroni, ex-ministro da Suprema Corte, professor emérito da Universidade de Buenos Aires e um dos maiores penalistas do mundo: prender corrupto é como prender sequestrador, o crime já foi cometido.

O que combate a corrupção é a democracia, é transparência e controle rígido por parte da sociedade e/ou por meio de suas instituições. E a democracia é exatamente o que mais foi e tem sido atacado no Brasil nos últimos tempos.

* Mário Simões, no face

Nenhum comentário:

Postar um comentário