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sábado, 4 de abril de 2015

Nada é coincidência: grupos ultraconservadores internacionais por trás dos protestos


Jandira  Feghali












JANDIRA FEGHALI 






Não é à toa que, cada vez mais, surgem indícios de contribuição financeira e ideológica de grupos ultraconservadores internacionais por trás dos protestos "espontâneos" contra o Governo Federal
Sem que muita gente saiba, parte do ovo da serpente de 1964 começava a ser fecundado bem antes do dia 31 de março. 
Dois anos antes, como uma estratégia bem tramada, entidades de pensamento ultraliberal eram inundadas de dinheiro estrangeiro com o objetivo de atacar ideologias de Esquerda e defensores do campo progressista. Uma parte da História que nos remete ao momento atual.
Quase ninguém se recorda do americano Ivan Hasslocher, que comandava o misterioso Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), entidade que tinha o objetivo de financiar – e comandar – candidatos brasileiros que defendiam os interesses dos Estados Unidos.
 Sem sutileza alguma, a entidade chegou a financiar mais de 600 candidatos à época, desembolsando mais de "1 bilhão de cruzeiros". Consta nas memórias do ex-deputado Eloy Dutra (PTB) que o dinheiro provinha do The Royal Bank of Canadá, Bank of Boston e The National City Bank of New York.
O papel do IBAD fora um importante pilar para a instalação do vergonhoso Regime Militar e seu rasgo em nossa democracia. Setores conservadores brasileiros e organizações do empresariado paulista passaram a integrar o IBAD, onde protagonizarem a lamentável "Marcha com Deus e a família pela liberdade", reunindo camadas médias num ato de desprezo ao governo de João Goulart e tudo que ele representava.
É neste ponto da História que as "coincidências" se refletem. Ainda que as dificuldades geopolíticas influenciem a economia brasileira, parece insuportável às forças do capitalismo internacional e nacional a continuidade de um projeto democrático e popular num Brasil que defende a soberania, direitos sociais e distribuição de renda para o desenvolvimento justo, e pior, com um valioso pré-sal sob domínio de seu povo. Os 12 anos de governo Lula e Dilma ainda são um dolorido soco no estômago do capital financeiro.
Não é à toa que, cada vez mais, surgem indícios de contribuição financeira e ideológica de grupos ultraconservadores internacionais por trás dos protestos "espontâneos" contra o Governo Federal. 
De acordo com o jornalista Antônio Carlos, em reportagem para Carta Capital, os bilionários irmãos estadunidenses Koch, que possuem interesses em gás e petróleo, atuam com forte lobby em entidades que lideraram as recentes manifestações de 15 de março, como a do Movimento Brasil Livre, nascido há pouco mais de 1 ano, porém com objetivo nublado e de representantes nada convincentes.
O caldo de ódio inflado por grupos como este, tidos como "autênticos", generalizando a política como corrupta e pregando a interrupção de um governo democraticamente eleito, é mais uma tentativa de retrocesso inaceitável.
 Geram pelo país ondas de ira sem volta, permitindo espaço nas ruas a grupos fascistas e pregando absurdos como a privatização da Petrobras. Tudo não passa de um oportunismo destas forças que pouco se importam com a desestabilização do país e a consequente ruptura democrática.
Os interesses econômicos internacionais e de setores nacionais, como se vê, são capazes de tudo. Cabe ao Brasil defender seu patrimônio e não ceder na discussão política, nas ruas, ou no Congresso Nacional. 
A caminhada do PCdoB nesta trincheira é longa e histórica, pois as lutas pela liberdade e emancipação do povo estão na sua essência. Perdemos muitas vidas nesta trajetória e é por isso que resistiremos para que o atraso não se aproprie do futuro de nossos filhos, mantendo o embate aberto, arejado, sem medo, com a coragem de quem conhece e rememora o passado e quer avançar muito mais. Bem mais.

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