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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Rússia apressa o fim do dólar com a criação de bloco comercial na Ásia

CORREIO DO BRASIL 

29/5/2014 17:12

Por Redação, com agências internacionais - de Moscou



O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira um tratado com o Cazaquistão e com a Belarus para criar um amplo bloco comercial, na esperança de que isso desafie o poder econômico dos Estados Unidos, da União Europeia e da China. 

Putin nega que a concepção da União Econômica Eurasiática com os dois países (ex-membros soviéticos), junto com a anexação da Crimeia pela Rússia, significa que ele quer reconstruir uma União Soviética pós-comunismo, ou o tanto quanto conseguir. 

Mas sua intenção, no entanto, é fazer com que essa aliança demonstre que as sanções ocidentais impostas por conta da crise na Ucrânia não isolem a Rússia. O bloco tem um mercado de 170 milhões de pessoas e um PIB combinado anual de 2,7 trilhões de dólares, além de amplos recursos energéticos.

– Nossa reunião de hoje tem um significado especial e, sem exagero, definidor de uma época. 

Este documento traz nossos países para um novo estágio de integração, ao passo que preserva inteiramente a soberania dos Estados – disse Putin sobre o tratado, assinado sob altos aplausos de autoridades, na moderna capital do Cazaquistão, Astana. 

O acordo também foi assinado pelo presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, e pelo presidente bielorusso, Alexander Lukashenko.

Novo cenário

Os esforços da Rússia de buscar novos acordos financeiros com a China e os demais países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em parte também se deve à previsão de um colapso do sistema monetário em um futuro próximo, segundo o especialista em finanças James Rickards. Rússia e China já demonstraram desejo de livrar o dólar norte-americano e de seu status de moeda de reserva mundial, em um sinal precoce da crise “cada vez mais inevitável”, afirmou Rickards.

– A China tem US$ 3 trilhões, mas compra ouro o mais rápido que pode. 

Os chineses temem que os EUA promovam uma maxidesvalorização do dólar, por meio da inflação crescente, de modo que eles querem ter um hedge se o dólar for muito abaixo da atual cotação, o que deverá empurrar o ouro para cima – disse Rickards ao canal russo de TV RT .

Como um dos principais eventos de apoio à sua previsão, Rickards aponta para as palavras do próprio presidente russo no 18 º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que teve lugar no início deste mês .

– Putin disse que prevê uma zona econômica euro-asiática envolvendo Europa Oriental, Ásia Central e Rússia. 

O rublo russo está longe de ser uma moeda de reserva global, mas poderia ser uma moeda de reserva regional – disse.

Resultados catastróficos

Rickards é autor do livro sobre o desaparecimento do dólar, lançado em abril sob um nome bastante apocalíptico: The Death of Money (A morte do dinheiro). 

No entanto, o autor se surpreende que os eventos estão se desenvolvendo muito mais rápido do que ele mesmo previu .

– O ritmo dos acontecimentos é mais rápido do que o esperado. 

Por isso, alguns desses resultados catastróficos poderão vir mais cedo do que eu escrevi sobre eles – afirma.

Há uma semana, a China e a Rússia assinaram um tratado histórico de US$ 400 bilhões, no negócio de gás, que irá proporcionar economia de mais rápido crescimento do mundo, com o gás natural de que necessita para manter o ritmo para os próximos 30 anos. 

Especialistas dizem que este poderia ser o catalisador que destronará o dólar como moeda de reserva do mundo.

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